Medicina Personalizada e eficácia dos medicamentos
Quem nunca ouviu a frase “esse medicamento não funciona pra mim”? Creio que todo mundo e no campo da Medicina, acredite, ouve-se com uma constância preocupante. Afinal, muitas vidas dependem de medicamentos. E eles não fazem efeito em cerca de um terço dos pacientes, conforme comprovam várias pesquisas. Quando falamos de doenças crônicas e incuráveis, esse dado preocupa ainda mais.
Por que um medicamento não funciona? Cada paciente é único, com seu próprio DNA, não existem dois pacientes com a mesma identidade genética. Essa é a principal razão porque nem todos os pacientes respondem da mesma maneira ao tratamento padrão, desenvolvido pela indústria farmacêutica e baseado na média de respostas da população aos medicamentos.
O conceito de que “uma mesma dose serve para todos” é completamente errado. Daí a importância da Medicina Personalizada, onde cada paciente recebe terapia baseada no seu perfil genético, ou seja, o tratamento é individualizado. Isso tem se tornado cada vez mais possível por causa da farmacogenômica, que estuda como as variações genéticas afetam a resposta das pessoas aos medicamentos.
A grande maioria dos medicamentos é metabolizada no fígado. O mecanismo primário da metabolização hepática é o sistema enzimático do citocromo P450, responsável pelo efeito no organismo de mais de 80% dos medicamentos mais utilizados atualmente. O teste farmacogenético avalia as enzimas hepáticas, determinando a sensibilidade de cada paciente aos diferentes tipos de medicamentos. O teste diz como o paciente vai responder, evitando assim toxicidade, por acumulo da substância no organismo, ou falta de eficácia, situações que colocam a vida em sério risco.
Todas as enzimas, incluindo as enzimas da família do Citocromo P450, são produzidas por genes específicos. O gene contém o código do DNA para a construção da enzima. É comum uma enzima sofrer alteração. Isso é causado pela troca de um nucleotídeo do código. Essa alteração é chamada de SNP (Single Nucleotideo Polimorfismo). Um gene (também chamado de alelo) com um SNP é chamado de gene variante ou alelo variante.
Muitas pessoas possuem um gene variante que afeta a função de uma ou mais enzimas que metabolizam medicamentos. A maioria das variantes causa perda de função enzimática. Pacientes que possuem genes variantes são metabolizadores lentos ou intermediários ou ultrarrápidos. As pessoas que metabolizam as substâncias muito rapidamente apresentam perda quase total de eficácia do medicamento. Já as que metabolizam lentamente acumulam a substância na corrente sanguínea, causando reações adversas que podem até levar a morte. Nos intermediários, a eficácia também está comprometida.
Pacientes tratados com vários medicamentos ao mesmo tempo também possuem um risco elevado de reações adversas e apresentam chances maiores de uma ou mais substâncias não serem metabolizadas corretamente. Aproximadamente 5% das pessoas que sofrem reações adversas morrem em decorrência do problema, sendo que 49,5% das mortes e 61% das internações são observadas em pessoas com mais de 60 anos, exatamente a faixa etária em que é mais comum o uso de vários medicamentos simultaneamente.
Qualquer paciente pode se beneficiar do teste farmacogenético. Assim como o conhecimento do tipo sanguíneo pode salvar vidas, o conhecimento genético pode ser crucial em uma emergência. Ele deve ser absolutamente indicado para pacientes com câncer, alterações psiquiátricas, alterações de coagulação, e outras condições onde a estratégia de “tentativa e erro” seja de alto risco.
Vejamos o caso do clopidogrel (Plavix), por exemplo, um dos medicamentos mais indicados para prevenir a formação de coágulos, que causam infartos e derrames. Essa substância faz parte da categoria chamada de pró-fármaco, ou pró-droga, isto é, de medicamentos que são administrados na forma inativa. Para ser ativada no organismo, a substância precisa do perfeito funcionamento das enzimas, que farão esse papel para que o medicamento faça efeito.
Esse problema é tão sério que o FDA (Food and Drug Administration), agência norte-americana que regula o setor de medicamentos, reconhece os efeitos das variações genéticas e desde março de 2010 exige que as bulas de clopidogrel contenham mensagem de cuidado a respeito de sua eficácia em pacientes com variantes.
Cabe ressaltar aqui que, além de salvar vidas, os testes farmacogenéticos são realizados somente uma vez na vida e ajudam a individualizar qualquer tipo de tratamento com medicamentos, evitando reações adversas e maximizando a eficácia.
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