O medo nas vendas

O medo é uma reação natural do ser humano. O mais comum é o medo do desconhecido. Temos medo do que não foi experimentado, testado ou revelado antes. Até mesmo um lugar conhecido pode ser assustador em determinadas situações. Uma rua que nos é familiar durante o dia pode se tornar perigosa no escuro. Uma viagem de avião pode se tornar assustadora durante uma forte tempestade.

Toda vez que algo nos assusta, liberamos adrenalina, fazendo com que a nossa pupila se dilate, nossa atenção aumente, nossos músculos se retraiam. Assim, ficamos preparados para responder rapidamente a um imprevisto qualquer. Esta é a resposta fisiológica do nosso organismo a eventuais agressões.

Apesar da crença comum de que as pessoas da área de Vendas são sempre corajosas, o representante não está imune ao medo, pois lida com o desconhecido todos os dias. Algumas vezes, receia lidar com novos clientes ou novas situações. Reage à ideia de cotas de Vendas elevadas ou a novos projetos. Na maioria das vezes, esses medos são infundados.

Racionais ou não, no entanto, muitos representantes devem superar o medo sempre que visitarem um novo cliente, caso contrário aguardarão com um nó na garganta até que o cliente decida comprar o seu produto. Para alguns, superar o medo é um desafio praticamente diário. Não existe uma fórmula simples para eliminar o medo. Como mencionei antes, o temor faz parte do ser humano e tem uma função vital:  dá o sinal de que algo importante está acontecendo, que alguma coisa requer nossa atenção e exige o nosso melhor desempenho e nossas melhores habilidades para a tomada de decisões. Uma coisa é certa: a única constante em nossas vidas são as mudanças, que sempre vão acontecer, quer em nossa vida pessoal, quer na profissional. Se aceitarmos isso como verdade, estaremos preparados para enfrentar as mudanças de uma forma positiva. Quanto mais bem preparado o representante estiver, mais seguro vai se sentir e menos medo terá.

Em vez de focar a preocupação de forma negativa, por que não prestar mais atenção aos próprios instintos e procurar lidar com esta situação como se fosse uma oportunidade? Use a tensão como um lembrete para estar preparado e examine as experiências em situações similares para encontrar uma solução positiva.

Lembre-se de estar aberto a novas oportunidades e de estar mentalmente preparado para qualquer eventualidade. Na maioria das vezes, o medo está ligado à ideia de fracasso nos vendedores. Eles não conseguem se concentrar porque o medo do fracasso está minando a sua confiança. Outras vezes, os vendedores têm medo da concorrência. Ficam tão impressionados com o poder dos concorrentes, que desistem antes mesmo de tentar vender. Esquecem-se de que os clientes perdem o interesse por produtos e relacionamentos já existentes e vão atrás de novidades. Por isso, boas oportunidades de negócios podem estar à espera e, talvez, a própria concorrência também esteja preocupada.

Outras vezes, os vendedores se preocupam em demasia. Em algumas situações, a preocupação é tão grande que chega a paralisar as suas ações.

Eu, quando jovem, me preocupava muito com tudo. Quanto mais me preocupava, mais preocupações surgiam. Eu até me preocupava por me preocupar tanto. Receava ter úlcera, receava que minha resistência imunológica fosse cair e que ficaria doente, sem ter dinheiro para pagar a conta do hospital. Até que aprendi que ansiedade atrai ansiedade!

Conversando com o meu mentor, Eduardo Rabello, na época Vice-Presidente de Marketing na Pfizer, comentei que minhas preocupações estavam me “matando”. Rabello, uma pessoa admirável, fantástica, um pai espiritual para mim, que me motivava, orientava, e quem me levou para os Estados Unidos, onde trabalhamos juntos, me disse o seguinte: “Você precisa aprender a esperar para se preocupar”. Sem dúvida, foi um ótimo conselho. A partir de então, mudei minha forma de reagir em situações preocupantes, reduzindo-as pela metade.

Estudo realizado pela Universidade de Chicago confirmou que, de todas as nossas preocupações, apenas 8% se concretizam, ou seja, nos outros 92% gastamos energia nos preocupando com coisas que não acontecem. Por que, então, se preocupar por antecipação? Já dizia o ditado popular: “Peru é que morre na véspera”.

Lembro de um comediante que uma vez disse: “Eu tento afogar minhas preocupações com uísque, mas parece que elas estão equipadas com salva-vidas”. Sinceramente, não é fácil controlar as preocupações, mas temos que fazer isso se quisermos levar uma vida mais produtiva e feliz. A melhor forma de lidar com as preocupações é viver o presente, que é o presente que Deus nos deu. O passado ficou para trás. Portanto, esqueça-o simplesmente e viva o presente. Seja parte da solução, não do problema. O medo em nada ajuda a melhorar o dia de amanhã, apenas enfraquece o dia de hoje. Superar o medo, controlar a ansiedade, é uma rotina no trabalho contínuo dos representantes de Vendas. Por isso, deixo aqui alguns conselhos:

  • É normal ter medo do desconhecido. Lide com ele sem susto.
  • Faça do estresse um aliado e procure melhorar o seu desempenho.
  • Sempre pense em sucesso. Elimine a palavra ‘fracasso’ do seu vocabulário.
  • Respire fundo e mantenha-se calmo e relaxado.
  • Converse sobre seus receios com alguém em quem confia.
  • Não superestime a concorrência.
  • Concentre-se nas coisas que lhe proporcionam confiança.

Concorrência

Todo profissional de Vendas tem dois objetivos principais: 1) manter os negócios atuais; e 2) procurar sempre conquistar novos negócios e novos clientes. Mantendo os negócios atuais, você mantém suas Vendas, mas é conquistando novos negócios que você cresce e expande.  Aqui, vamos falar um pouco sobre como lidar com a concorrência, conquistar novos negócios e novos clientes.

Para o vendedor, conseguir a aceitação de um cliente a um novo produto ou serviço é uma tarefa muito difícil. Quantas vezes já ouvimos um cliente dizer: “Estou muito satisfeito com o produto que utilizo e não tenho motivos para trocá-lo!”. E isso parece indicar o status definitivo, ou seja, que o cliente está dizendo que não vai trocar o produto que está usando por outro. É verdade que existem inúmeros clientes que não são abertos a mudanças. Estou falando daquele mais conservador, que não gosta de mudar, que prefere manter o status quo a investir em uma proposta nova e assumir riscos. Tal cliente costuma dizer: “Time que está ganhando não se mexe!”.

Contudo, a história nos mostra que são as mudanças que trazem o progresso. E que tudo – ou quase tudo – pode ser mudado. Até o posicionamento resistente de um cliente super conservador.

Por experiência própria, posso dizer que o diálogo é uma estratégia-chave para vencer este tipo de resistência, desde que tenha conteúdo, com frases sempre bem construídas e palavras bem colocadas.  Estou falando de diálogo e não de monólogo, já que a maioria dos vendedores quer tanto impor o seu ponto de vista que acaba não escutando e só falando. Ao invés de estimular uma discussão produtiva e uma maior empatia com o interlocutor, gera mais obstáculos e conflitos.

O economista francês Frederic Bastiat, defensor fervoroso do livre comércio no século XIX, costumava dizer: “Destruir a concorrência é matar a inteligência”. Empresas de pequeno e médio porte normalmente têm uma postura muito mais agressiva ao brigar por fatias de mercado do que empresas maiores e bem mais estruturadas. É comum vê-las se digladiando por um ponto de market share, adotando, às vezes, práticas como o dumping (vender abaixo do preço de custo), só para evitar que o concorrente tire o pedido em seu lugar. Outras vezes, utilizam-se de práticas não éticas ou mesmo ilegais. Não se dão conta de que este tipo de comportamento funciona como um tiro no próprio pé!

O resultado inicial pode até ser uma venda, mas a um custo muito alto e com pouco ou nenhum resultado a médio e longo prazos. A concorrência pode e deve existir. Muitas vezes, ter um concorrente ajuda a aumentar as Vendas. Lembro do lançamento de um medicamento que era único, sem concorrentes. Por ser uma molécula nova e não conhecida, investiu-se muito para desenvolver o conceito. Se tivesse um concorrente, provavelmente ajudaria a divulgar o conceito e, de certa forma, a expandir o mercado.

Portanto, ter um concorrente, um rival, pode ser fator positivo, ao invés de negativo, pois pode estimular o seu desenvolvimento. A atriz Whoopy Goldberg, ao receber um prêmio importante em sua carreira, disse: “Quero agradecer aos meus inimigos por me darem energia para acordar mais cedo. Eles me obrigam a evoluir!”.

Agradeça por ter um concorrente, analise suas críticas, procure melhorar seus pontos fracos e aperfeiçoar seus pontos positivos. Prepare-se para enfrentar a concorrência com alegria e bom humor. Descarte qualquer sentimento de ódio que aparecer. Seja sempre genuíno. Vencer o concorrente também é um objetivo a ser perseguido, contudo, aqui não pode valer a máxima do “sucesso a qualquer custo”.

De um lado, temos o efeito commodities, com produtos e serviços cujas funcionalidades são muito similares; de outro, há o poder crescente do consumidor, que são os que definitivamente dão as cartas e ditam a decisão final. Você deve, então, estar se perguntando: como, afinal, é possível vencer a concorrência? Aqui vão algumas dicas que já experimentei com sucesso  e recomendo:

1-    Seja sempre honesto! Não perca tempo lendo as demais dicas se você não pretende seguir esta. Os maiores vendedores que conheci em minha vida não mentiam nem deixavam de falar a verdade aos clientes. Você pode se questionar: “Mas se todos os concorrentes mentem, por que vou ser honesto? Assim não vou vender nada”. Errado! Quanto mais honesto você for, mais você vai vender. Acredite!

2-    Amplie e atualize seus conhecimentos investindo em treinamento. É muito importante conhecer a fundo seus produtos, serviços e seus diferenciais, bem como compreender e dominar as particularidades do mercado em que a sua empresa atua. Esta é a base para estabelecer um diálogo consistente, assim como ter argumentos significativos para convencer o cliente a se decidir por uma compra.

3-    Imagem pessoal é tudo! Qualquer negociação de Vendas requer uma relação interpessoal e, neste sentido, a aparência é extremamente importante, por traduzir muitos significados. Estou falando do marketing de percepção. Na intenção de atrair a atenção e a confiança do cliente, é fundamental cuidar bem da própria imagem. Por outro lado, o cliente vê a empresa através de quem a representa, ou seja, você. Daí a importância de sempre causar uma boa impressão. Lembre-se: o representante de Vendas é o cartão de visita da empresa. É quem personifica a imagem da empresa.

4-    Procure sempre cultivar um relacionamento excepcional com os seus clientes. Esta é, sem dúvida, a melhor forma de conquistar e fidelizar os clientes. Fazendo isso, você não só irá conquistar a confiança dos clientes como também criará um relacionamento sólido, duradouro e difícil de ser quebrado pela concorrência. Desenvolver um bom relacionamento é a melhor forma de bloquear os concorrentes.

5-    Seja sempre ético! Valorize os diferenciais e benefícios do seu produto e nunca critique nada ou ninguém. É muito mais produtivo do que tentar manchar a imagem dos seus concorrentes. Com isso, você estará mostrando claramente que tem padrões éticos de conduta, e o seu cliente irá respeitá-lo ainda mais.

6-    Sempre que possível, tenha o produto disponível. Pode parecer óbvio, mas isso realmente faz uma grande diferença. Poder demonstrar o seu produto ajuda na venda. Outro fator importante é cumprir com o prometido, ou seja, entregar o produto ou serviço na data combinada, sem atrasos ou desculpas.

7-    Lembre-se de que a luta com a concorrência é constante. Esteja sempre atento às movimentações do mercado e das empresas com as quais você concorre, sem esquecer que eles devem estar monitorando os seus passos da mesma forma. Um olho no mercado, outro na concorrência!

8-    Seja paciente. É impossível mudar as estações do ano, da mesma forma que é impossível mudar uma percepção em apenas uma visita.

9-    Valorize e sempre respeite o seu cliente. Isso significa saber escutar. Como já mencionei aqui, Deus nos deu dois ouvidos e uma boca porque temos que escutar muito mais do que falar. Escutar as dúvidas, receios e ansiedades. Se só você fala, como vai descobrir as necessidades do cliente e saber se o produto que quer vender é bom ou não para ele?

10-  Aja sempre com profissionalismo e dedicação!

Intuição

Imagine a seguinte situação: você está atravessando a rua e, de repente, um carro em alta velocidade perde o controle e vem em sua direção. O que você faz? A sua reação instintiva será pular para um lado ou outro e tentar escapar, não é mesmo? Você reagiu rapidamente, nem pensou, e se salvou de um acidente quase certo.  Obviamente, se tivesse ficado parado e pensando qual a melhor alternativa a ser considerada, provavelmente, não escaparia vivo.

O que você fez, involuntariamente, foi usar a intuição para salvar a vida.  Neste tipo de situação, a resposta inicial do organismo é liberar uma grande quantidade de adrenalina na corrente sanguínea, fazendo com que os seus músculos se contraiam, seu coração acelere, sua pupila se dilate. Enfim, o seu corpo inteiro fica pronto para uma reação imediata – fugir do carro, neste caso em questão. Portanto, podemos definir intuição como o produto de uma atividade mental subconsciente. É aquela voz interior que diz “pula” e você nem sabe a razão. Ou, então, que nos diz se uma pessoa é confiável ou não.

Vendedores de sucesso são pessoas que aprenderam a confiar em sua intuição. Herbert Simon, que ganhou o Premio Nobel de Economia em 1978, pesquisou o papel da intuição no mundo dos negócios e chegou à conclusão de que profissionais de destaque em suas áreas de atuação tomam decisões guiados pela combinação de intuição com raciocínio lógico.  Segundo Simon, a intuição pode ser definida como o produto de uma atividade mental subconsciente. A intuição é uma qualidade inata. Mas, quando chega à idade adulta, a maioria das pessoas já perdeu o contato com a intuição. Vários fatores contribuem para isso, desde os pais, que tentam nos proteger do sofrimento ou do ridículo, até as tentativas dos nossos professores de nos disciplinar. A intuição é a percepção direta da realidade, sem a interferência dos preconceitos e sistemas de crença da nossa mente, ou seja, é um conhecimento além da lógica.

Nossa intuição está sempre falando conosco, mas a ignoramos na maioria das vezes. Aprender a relaxar e dedicar algum tempo a nós mesmos ajuda a ouvir a voz da intuição. Em Vendas, em algumas ocasiões, você não tem muito tempo para pensar, analisar e decidir, pois existem situações em que você vai ter que agir imediatamente. Vendedores mais experientes, treinados e bem preparados utilizam o instinto como um fator diferencial. É claro que, se você estiver tentando vender algo numa situação de estresse, sua adrenalina é liberada e seu estado de alerta estará aumentado. A combinação de preparo, conhecimento e estado de alerta geralmente resulta numa resposta rápida. Neste tipo de situação, seu instinto entra em ação. Não estou, com isso, tentando minimizar a importância do treinamento. Ao contrário: quanto mais bem preparado e treinado, melhor será a sua resposta.

É importantíssimo saber interpretar as reações do cliente e reagir rapidamente. Qualquer demonstração de preconceito, receio, antipatia ou desconfiança tem que ser resolvida imediatamente. Um bom vendedor se articula rapidamente, elimina os obstáculos e continua a fazer a sua apresentação.  A observação de dicas não verbais é importante, ou seja, a comunicação corporal pode dizer muita coisa. Como já mencionei em outro capítulo, se o cliente estiver lançando olhares furtivos para o relógio, pode ser que ele tenha algum compromisso importante; portanto, é melhor apressar a apresentação ou voltar em outro momento. Se o cliente estiver bocejando ou dando sinais de tédio, significa que a sua apresentação não está sendo interessante e que é o momento de usar uma abordagem mais dramática ou dinâmica. E se o cliente coloca objeções apenas com a intenção de despachá-lo, responda rapidamente a tais objeções e encerre a visita.

A intuição, ao contrário do que muitos acreditam, pode ser desenvolvida e até mesmo aperfeiçoada. Algumas pessoas são naturalmente mais intuitivas que outras. Por lidarem com pessoas todo o tempo, vendedores desenvolvem esta característica pelo simples fato de serem observadores hábeis das reações dos clientes. Um bom vendedor observa tudo que está relacionado ao seu cliente. Mesmo antes da primeira visita, ele já levantou informações sobre ele. Ao entrar no escritório, observa todos os detalhes possíveis, como fotos, decoração e tudo mais que possa ajudá-lo a entender melhor o cliente. Quanto mais informações, melhor para entendê-lo e ajudar no processo de intuição.

Dizem que as mulheres são mais intuitivas que os homens e que, invariavelmente, acertam nos seus julgamentos. Talvez porque sejam exímias observadoras e, frequentemente, analisam mais as pessoas do que normalmente fazem os homens. Tenho um amigo que não toma nenhuma decisão sem consultar a esposa. E comenta que sempre funciona e que a intuição dela nunca o deixou na mão.

A intuição ajuda muito a saber se o cliente está falando a verdade, se está interessado na sua visita. De nada adianta insistir e perder tempo com um cliente que não tem interesse nos seus produtos e que, por mais que o visite, nunca compra nada. Como diz um ditado indígena: “Quando você descobre que está cavalgando um cavalo morto, a melhor estratégia é desmontar”.

Seguir a intuição é fazer sempre as coisas certas, orientando-se pela sua consciência, negando-se a comprometer seus valores, apesar das pressões e tentações do dia a dia. Esta atitude é sempre a mais pertinente. A oração do cadete da academia militar americana nos dá um bom exemplo: “Faça com que escolhamos o que é certo, porém difícil, do que o que é errado, porém fácil. Nunca se contente com a meia-verdade, quando a verdade inteira pode vencer. Que nos seja dada a coragem, que vem da lealdade de tudo que é nobre e de valor, que não nos deixe aceitar a injustiça e nem temer quando a verdade e a justiça estiverem ameaçadas”.

Paciência

A mitologia comercial está repleta de relatos de sucesso instantâneo e de enriquecimento imediato. Esses mitos estão geralmente associados ao campo de Vendas. Os jovens vendedores ouvem falar de salários iniciais astronômicos, seguidos de rápidas promoções. Embora não seja de todo impossível, esse cenário raramente ocorre. Na verdade, relatos deste tipo de sucesso instantâneo são mais folclore do que realidade.

No inicio da carreira, o vendedor tem de estudar muito, dedicar-se totalmente, trabalhar duro e, sem dúvida, ser paciente, muito paciente. Uma carreira bem-sucedida leva tempo. As pessoas mais maduras e experientes são normalmente mais pacientes, pois a vida lhes ensinou que não se pode alterar a ordem natural das coisas. São quatro as estações do ano e, por mais que você não goste, vai ter que esperar a primavera para plantar as flores que tanto deseja.

É importante avançar com rapidez, mas, muitas vezes, a situação exige paciência. Saber esperar o momento certo para fechar uma venda é fundamental! Muitas Vendas são perdidas por precipitação. Muitos relacionamentos são destruídos por falta de paciência. Por isso, fica a dica: quando estiver perdendo a paciência, procure relaxar, respire fundo e dê tempo ao tempo. Só o tempo pode ajudar a cicatrizar as feridas causadas por um relacionamento desastroso. Paciência é a palavra-chave.

Algumas vezes, vendedores menos experientes tiram conclusões ou se apressam em julgar os “erros” dos colegas mais experientes. Apesar de ser possível um representante experiente não estar desempenhando todo o seu potencial, quase sempre a situação não é bem o que parece. Algumas situações estão além do nosso controle e a inexperiência pode nos levar a suposições precipitadas. Assim, antes de alguém dizer “Eu poderia ter feito melhor”, é preciso lembrar que os comentários depreciadores podem refletir falta de paciência e de experiência.

Acalme-se, relaxe. Em Vendas, o sucesso nem sempre está com quem é mais rápido. O tempo que o cliente lhe deixa esperando pode ser utilizado como vantagem competitiva. Use-o para trabalhar melhor a apresentação, rever dados, conversar com a secretária e aprender mais sobre o cliente. Seja igualmente paciente e mantenha a calma durante a reunião. Escute o que o cliente tem a dizer e não se apresse em invalidar uma objeção antes mesmo que saia da sua boca. É importante ouvir e entender o ponto de vista do comprador.

Desenvolver uma relação comercial e interpessoal positiva com os clientes – sempre lembrando que relacionamentos comerciais necessitam de tempo – não é algo que acontece da noite para o dia. Trabalhe sua área de Vendas como se fosse um jardim que precisa ser cuidadosamente arado, regado e fertilizado. Após o intervalo apropriado, as sementes plantadas germinarão e os frutos finalmente poderão ser colhidos.

Gosto muito de um pensamento antigo que diz: “Um gênio nada mais é do que alguém com uma grande aptidão para a paciência”.

Prosperar em vendas

Para ser um vendedor de sucesso, é necessário se desenvolver e aperfeiçoar-se cada vez mais em todos os aspectos. Só assim estará apto a navegar com segurança pelos mares tempestuosos da acirrada carreira de Vendas. Três pontos de atenção são primordiais: aprimorar seus conhecimentos técnicos; trabalhar as áreas a serem melhoradas; e desenvolver suas potencialidades. Neste capítulo, vou me concentrar mais no terceiro item.

Por incrível que possa parecer, o desenvolvimento das potencialidades é a área que o vendedor dá menos importância, provavelmente porque coloca todo o seu foco em atingir seus objetivos de Vendas, atentando menos para o resto. Assim como ocorre com a ‘briga’ de mercado pelo posicionamento de um produto ou serviço, o vendedor pode se destacar entre os profissionais que atuam em sua área diferenciando-se pelas qualidades que possui e investindo cada vez mais nelas. Mas, para desenvolver habilidades, primeiro é preciso saber reconhecê-las. Há várias formas de se fazer isso. Uma que recomendo sempre aos que trabalham comigo é o método de avaliação sistemática, quando ouvimos a opinião de pessoas que trabalham conosco em diferentes níveis de relacionamento – supervisão, pares, diretores, subordinados, fornecedores e outros. Esta avaliação, também chamada de 360 graus, é excelente, pois nos dá um feedback preciso e abrangente.

Vários estudos e pesquisas têm sido feitos nos últimos anos envolvendo os mais conceituados gestores de pessoas em todo o mundo, visando determinar as habilidades profissionais dos vendedores mais valorizadas pelas empresas. Algumas características aparecem com mais frequência, tais como:

1-    Integridade e ética em Vendas – Já presenciei, inúmeras vezes, excelentes profissionais destruírem suas carreiras por cometerem deslizes que julgaram não ser importantes. A construção de uma carreira sólida leva tempo, mas um pequeno erro ou falta de atenção pode por tudo a perder. Ser ético e íntegro é mais do que uma obrigação – são valores considerados parte integrante nos bons profissionais de venda. Não existe meio termo, ou seja, ser íntegro em algumas situações e não ser em outras. Não existe nada pior do que ser rotulado de desonesto e ter que carregar esse fardo pelo resto da vida. Nunca aja de forma contrária aos seus princípios, não importa a pressão para atingir as suas metas; nunca aja fora dos seus padrões éticos de conduta. De nada adianta superar as metas fazendo algo incorreto. Posso garantir que nenhuma empresa vai defendê-lo, por melhor vendedor que seja. O mais provável é uma demissão sumária, além de correr o risco de ser preso. Imagine o impacto negativo que isso terá em sua vida profissional e pessoal. Portanto, é melhor não cobrir a sua cota, do que ter que justificar o injustificável.

2-    Comprometimento – É a palavra-chave para ser ter sucesso em Vendas. Significa dedicação absoluta e muito, mas muito trabalho. Significa ir além dos limites! Conheci pessoas geniais, inteligentíssimas, mas que não chegaram a lugar nenhum – lhes faltava comprometimento.

3-    Planejamento – É a palavra mágica para evitar surpresas desagradáveis. Planejar significa investir um pouco de tempo para não gastar muito tempo com o inesperado, ou seja, tentar apagar o incêndio, em vez de preveni-lo.  Ações de sucesso sempre são bem planejadas. Antes de visitar um cliente, insisto, o trabalho de casa tem que ser feito, e muito bem feito. De nada adianta visitar clientes sem um plano tático e um objetivo bem definido. A melhor métrica para se determinar o sucesso de uma visita de Vendas é ter um objetivo claro e bem definido em cada visita. Se você atingir o seu objetivo, significa que teve sucesso e cumpriu a sua missão.

4-    Objetivos claros e mensuráveis – Para o vendedor, é importante que os objetivos sejam claros e bem definidos. Ao se estabelecer os objetivos, é preciso saber se podem ser atingidos. Inúmeras vezes, presenciei objetivos praticamente impossíveis de ser alcançados. Diretores e gerentes totalmente fora da realidade acreditam que as metas de Vendas são sempre possíveis de ser atingidas e que, se não forem, a culpa será sempre dos vendedores. Não é bem assim. Quando um objetivo de Vendas é impossível de ser atingido, os primeiros a reconhecer isso são os próprios vendedores, que estão mais próximos da realidade. Inicialmente, os vendedores tentam, mas logo descobrem que, não importa o que façam, as metas não serão atingidas. Resultado: desânimo total e abandono dos objetivos. Portanto, as metas devem ser claras e fáceis de ser mensuradas, de preferência mensais, pois, assim, podem ser corrigidas rapidamente, se necessário.

5-    Proatividade – Se você estiver fazendo o que todo mundo está fazendo, provavelmente seus resultados serão medianos. Para obter sucesso, além de trabalhar duro, você tem que trabalhar de forma inteligente. Isso significa ser criativo, pensar “fora do quadrado” e ter muita iniciativa. O bom vendedor sabe que não pode ficar sentado, esperando o que o gerente vai mandar fazer. Se assim for, pode ficar sentado por muito tempo. Inovar, procurar novas oportunidades, procurar fazer diferente, em geral, ajudam muito o vendedor a ter sucesso. Uma vez mais, insisto que tudo deve ser feito dentro das regras da empresa, para não ter problemas com os advogados…

6-    Autoconfiança – É o motor que nos impulsiona para o sucesso. A autoconfiança está na postura, na fala, na forma de se apresentar e lidar com as pessoas. É esta energia positiva que, quando liberada, transmite confiança. Imagine o ator Arnold Schwarzenegger entrando em um salão abarrotado de pessoas. Como você acha que ele entraria? Cabisbaixo? Timidamente? Devagarzinho? Ou com a cabeça erguida, o peito estufado e com muita confiança? É claro que ele entraria triunfante, sem a menor dúvida!

7-    Empreendedor – Mesmo que você trabalhe para uma empresa, não significa que você não possa ser um empreendedor. Empreendedor é quem realiza negócios, procura oportunidades e age como se fosse o dono da empresa. Agir sem esperar que alguém diga o que você tem que fazer.

8-    Trabalho em equipe – Ninguém é uma ilha. Apesar de o vendedor trabalhar isoladamente na maioria das vezes, o trabalho em equipe é importante para se obter ainda mais sucesso. Quando fui Gerente de Vendas na Flórida, aprendi, realmente, o que significa trabalhar em equipe. Apesar de nunca ter sido vendedor, o presidente da empresa, como um bom vendedor que era, achou que esta experiência seria importante para o meu desenvolvimento. Assumi um distrito que não estava indo bem, onde faltava espírito de equipe. Era “cada um por si e Deus pra todos”. Apesar da pouca experiência em Vendas, eu sabia que essa não era a forma de uma equipe trabalhar! Iniciei um programa de reuniões mensais, em que o objetivo principal era dividir entre a equipe os casos de sucesso que cada  um estava tendo. Inicialmente, alguns relutaram em dividir os seus sucessos pessoais, acreditando que seriam copiados e passados para trás. No entanto, quanto mais os sucessos eram compartilhados, mais êxito e mais lucro para toda a equipe.  Sempre digo que dividir, ajudar os outros, faz muito bem, principalmente para quem ajuda. Parece que esta ajuda volta sempre em dobro.

9-    Estresse – Sob situações de tensão e estresse, a maioria das pessoas age de forma diferente do padrão habitual, do esperado. Conheci um gerente de Vendas que, quando tudo ia bem, se comportava como a pessoa mais doce e agradável do mundo, e seus colaboradores o adoravam. Mas quando os resultados começaram a cair, houve uma transformação total da sua personalidade. O gerente se tornou agressivo, autoritário e irreconhecível. Com isso, os resultados pioraram ainda mais, a ponto de ele se demitir. Este é o típico exemplo de alguém que, sob situações de estresse, perde o controle e muda dramaticamente. A única constante em nossas vidas são as mudanças. Períodos difíceis virão e, nesses momentos, manter a calma e continuar fazendo aquilo que tem dado certo é a melhor forma de superar as dificuldades.

10-   Identificar os desejos do cliente – Se você não sabe quais são os desejos e as necessidades dos seus clientes, como você espera satisfazê-los? João passou dois anos visitando um cliente sem nunca vender absolutamente nada. Acreditava que, se desenvolvesse um bom relacionamento, conseguiria convencê-lo a comprar. Um dia, trabalhando com o seu gerente, comentou sobre o ótimo relacionamento que tinha com o cliente, mas que, até então, não lhe tinha vendido absolutamente nada. Foram juntos à visita e o gerente percebeu que o cliente jamais compraria seus produtos, simplesmente porque não necessitava deles. Na realidade, João ganhou um amigo, mas não um cliente.

11-   Influenciar lideres de opinião – Uma vez identificado um líder de opinião, o próximo passo é convencê-lo da importância do seu produto. Convencido, ele irá naturalmente influenciar inúmeras outras pessoas, facilitando tremendamente o seu trabalho.

12-  Manter relações sólidas e de longo prazo – Talvez este seja um dos maiores desafios de um vendedor. Manter um bom relacionamento com o cliente requer muito trabalho e dedicação. Para aqueles que têm êxito nessa empreitada, as recompensas são duradoras.

13-   Desenvolvimento profissional – Qualquer profissional de Vendas sabe a importância de dedicar parte do seu tempo precioso ao treinamento. Treinar constantemente é vital, ou seja, o bom vendedor, além de talentoso, é um eterno aprendiz, como já dito capítulos atrás.

Baseado nisso, procure identificar os pontos que você considera que devem ser aprimorados e desenvolva um plano para atingir o máximo de potencialidade possível.

O efeito das palavras

A venda de um produto ou serviço pode ser obtida com uma simples palavra. O uso da palavra certa pode gerar benefícios imediatos. Em contrapartida, uma palavra errada tem o dom de expulsar o vendedor do escritório do cliente. O que falar e como falar exige muito cuidado e, algumas  vezes, é melhor não falar nada, como diz o provérbio: “Em boca fechada não entra mosquito”.

Palavras podem deixar uma impressão positiva ou negativa para sempre. As palavras têm muito poder e podem ferir profundamente quando não utilizadas corretamente. Em inglês, words significa palavras. Se colocarmos uma em seguida da outra (wordswordswords), aparece a palavra swords, que significa espadas. O que vem a calhar, porque palavras, quando não utilizadas corretamente, podem ser cortantes e se transformar em verdadeiras espadas, matando um relacionamento ou deixando feridas indeléveis. Uma vez proferida, a palavra não tem volta. Não é fácil perdoar alguém que nos fere com palavras, pois geralmente causam mágoas duradoras.

Em crianças, as palavras têm um efeito ainda mais profundo. Quando um pai diz que o filho é péssimo em matemática, que é melhor que ele desista de estudar, que não vai adiantar nada, advinhe o que irá acontecer? O filho vai ser um péssimo aluno em matemática. A partir deste momento, ele vai desistir, não vai se esforcar mais e, assim, a profecia se concretiza.

Por outro lado, o uso de palavras positivas, incentivadoras, gera sempre boas mudanças. Palavras podem confortar, motivar, ajudar e, mesmo, transformar uma pessoa. Existe uma forma muito simples de mostrar como as palavras podem influenciar nossa mente a desencadear reações em nosso organismo. Imagine que você esteja num deserto, numa caravana, e, por se demorar observando uma pirâmide, perde-se do grupo. Passam-se algumas horas e, sob um sol escaldante, você está perdido, não consegue mais andar. Sua boca está completamente ressecada e você precisa de água com urgência.  De repente, você avista um beduíno no horizonte e acena desesperadamente, pedindo ajuda. Ele vem ao seu encontro e, quando se aproxima, você lhe pede água. O beduíno faz sinais de que não entende o que você está dizendo. Então, você consegue se expressar fazendo o gesto de beber água. O beduíno tira da bolsa um limão enorme, corta-o ao meio e lhe dá uma parte. Você, prontamente, espreme-a diretamente na boca. Tenho certeza de que a sua boca se encheu de saliva neste momento da leitura! Esta história mostra o poder que as palavras têm de afetar a nossa mente, neste caso estimulando o sistema neuroendócrino, que nos faz salivar.

Um bom vendedor sabe da importância de utilizar as palavras corretamente, de ter um vocabulário variado e utilizá-las nas mais diversas situações.

As palavras têm vida. Um vendedor hábil pode utilizá-las para motivar, estimular, definir, despertar emoções, educar e, finalmente, conseguir o que deseja.

Em contrapartida, um vendedor que possui um vocabulário pobre está abrindo mão de uma das ferramentas mais importantes para se relacionar com os clientes. Familiarizar-se com a linguagem técnica e específica do setor em que atua é uma obrigação. Para tanto, é importante o treinamento específico e técnico das palavras, bem como certificar-se de pronunciá-las corretamente e usá-las com precisão. O uso de frases diretas e objetivas, em lugar de colocações vagas e comuns, ajuda a facilitar o diálogo. Deve-se, ainda, evitar palavras pretensiosas e pouco conhecidas.

Procure sempre falar com entusiasmo e de forma positiva. Nunca lamente ou faça criticas e comentários dispensáveis. O uso de palavras vigorosas durante a interação de Vendas pode manter elevado o nível de interesse do cliente. Palavras dinâmicas dão vitalidade à apresentação. Ler, ler muito, não só sobre a sua área específica, mas poesia, romance, ciência ou filosofia é a melhor maneira de conhecer novas palavras e obter desenvoltura.

É uma boa ideia, também, aperfeiçoar o estilo da linguagem, melhorando a gramática, mantendo olho vivo nas concordâncias, revisando a linguagem, não alterando os tempos verbais numa sentença e certificando-se de que não haja uso excessivo de coloquialismos.

Sempre que possível, o representante de Vendas deve personalizar a sua mensagem quando estiver conversando com o cliente, colocando o nome dele em evidência. Por exemplo: “Este novo produto fez com que eu pensasse imediatamente no senhor, seu Adriano (ou na senhora, dona Marilia), pois atende perfeitamente à necesidade dos seus clientes”.

A mesma abordagem deve ser usada ao se falar da empresa para a qual se trabalha. Em lugar de mencionar “a nossa empresa”, diga com orgulho o nome da empresa e informe ao cliente que ela desenvolveu um produto e/ou serviço para atender as suas necessidades.

Além de usar as palavras certas no momento oportuno, o representante hábil combina seu tom e estilo com o comportamento do cliente. Ele é agitado? Fala rapidamente? Ou é uma pessoa calma, de fala mansa e vagarosa?

Quando uma mensagem é transmitida durante uma conversa, os elementos que interaçao são: vocais (38%), verbais (7%) e  visuais (55%). Em qualquer situação de Vendas, a habilidade de usar palavras de modo eficiente pode fazer toda a diferença. Por experiência própria, digo e repito: o poder das palavras é uma das bases do sucesso profissional de qualquer representante de Vendas.

Não seja como aquela pessoa que entrou para o monastério onde monges só podiam falar apenas duas palavras a cada sete anos. Após os primeiros sete anos, o monge superior se reuniu com o iniciante e perguntou:

Quais são as suas duas palavras?

Comida ruim – respondeu o novato, que, logo a seguir, permaneceu em silêncio novamente.

Sete anos depois, o monge superior voltou a perguntar:

–  Quais são as suas duas palavras agora?

Cama dura – respondeu.

Sete anos mais tarde e vinte e um anos depois de sua admissão no monastério, o monge superior perguntou pela terceira e última vez:

E agora, quais são as suas duas últimas palavras?

Eu desisto – respondeu.

Sinceramente, eu não estou nem um pouco surpreso –  comentou o monge superior. – Tudo o que você fez até agora foi só reclamar.

Definitivamente, não seja conhecido como a pessoa cujas únicas palavras sejam negativas. Se você faz parte do Clube dos Negativos, por favor, desista!

Amor incondicional

Demorei muito tempo para entender a importância do amor no relacionamento profissional, principalmente em Vendas. Quando jovem, sempre acreditei que o amor era para ser dado apenas às pessoas especiais, de quem gostamos muito, àquelas com quem temos mais do que um simples relacionamento, como, por exemplo, membros da nossa família ou alguém por quem nos apaixonamos. Ao longo dos anos em que exerci a Medicina, sempre tive muito carinho para com os meus pacientes. E os tratei bem, com muito respeito, dedicação e atenção. Mas não poderia dizer, sinceramente, que os amava!

Acreditava que amor era algo sublime, mais do que especial, reservado às pessoas especiais e importantes para mim. Como eu poderia misturar este sentimento tão forte e íntimo com o lado profissional? Mas tudo isso mudou no dia em que uma jovem paciente foi internada na Unidade de Terapia Intensiva em que eu era responsável. Tratava-se de uma estudante que havia sofrido um grave acidente de carro e estava entre a vida e a morte. Foi então que descobri que era possível, sim, sentir amor por uma pessoa desconhecida. Como o seu estado de saúde era muito grave, dediquei-me totalmente a ela. Eu sabia que o sucesso do tratamento dependia dos primeiros dias e que tirá-la do estado de coma era fundamental. Dias e noites se passaram e eu não sabia mais a diferença, pois não saía de dentro da UTI. Repetia várias vezes, para mim mesmo, que iria salvar a jovem. Assim, mantive meus pensamentos e minhas atitudes de maneira positiva, fazendo o mesmo  com todos da minha equipe. Observei que, quanto mais a paciente melhorava, mais eu me dedicava a ela. Foi indescritível a alegria  que tive ao vê-la abrir os olhos depois de várias semanas em coma.

Não tenho a menor dúvida que o poder do amor salvou aquela menina. Foi o que me levou a dedicar horas e horas sem descanso, sem sentir cansaço, mantendo-me sempre positivo e certo de que ela sobreviveria. O amor incondicional, genuíno, que senti naquela situação, foi a força propulsora para eu me dedicar tanto. Foi esse poder que me energizou a ponto de superar todos os obstáculos e adversidades, sempre feliz e com um sorriso nos lábios.

Descobri que amar as pessoas faz mais bem para quem ama do que para quem é amado. Descobri que, se utilizasse esta energia com todos os meus pacientes, eu seria um médico melhor, mais dedicado, mais confiante e, assim, aumentaria as chances de curá-los. Mais tarde, quando tive meus filhos, entendi realmente o que é ter amor incondicional. O amor pelos nossos filhos é tão intenso e incondicional que não importa o que façam de errado – nunca será motivo suficiente para mudar nosso sentimento. Tudo aceitamos, nos esforçamos para entender as suas atitudes e, muitas vezes, até procuramos justificá-las. Sempre encontramos uma maneira positiva para corrigir os seus erros. Temos interesse em educá-los, desenvolvê-los, prepará-los para a vida, e sempre queremos só o bem deles. E, de tanto amor que damos, invariavelmente vão se tornar boas pessoas e exitosas na vida.

Foram essas experiências que me ensinaram e me motivaram a aplicar em Vendas essa poderosa força, que quebra toda e qualquer barreira. Hoje estou mais do que certo de que vender também é um ato de amor! Sempre que falo sobre amor em minhas palestras, as pessoas me olham como se eu fosse um extraterrestre. Elas não conseguem entender o que o amor tem a ver com negócios, menos ainda com Vendas.

Mas repito: amor é parte integrante de nossas vidas e está relacionado com tudo que fazemos. Amor é tudo o que precisamos, como muito bem diz a música de Paul McCartney, Love is all we need!

Uma pessoa pode ser rica mesmo sem ter dinheiro, se tiver ao seu lado pessoas que a amam, mas pode ser miserável, ainda que milionária, se a solidão for a sua companheira. Estou falando aqui deste poder maravilhoso, oculto e até agora ainda não descoberto pela maioria dos vendedores.

O amor é um grande segredo para se obter sucesso em tudo o que fazemos. É a energia positiva que emanamos e que transforma as pessoas e abre as portas dos corações. Se você conseguir utilizar o amor em suas interações com os clientes, tenha certeza de que suas Vendas se multiplicarão exponencialmente. Quando se tem amor pelo cliente, não existe espaço para rejeição, medo ou desânimo.

Por melhor que seja um vendedor, bem treinado, conhecedor profundo do seu produto, possuidor de excelentes técnicas de Vendas, ele jamais atingirá todo o seu potencial se não vender com amor. Ter amor pelo cliente significa gostar dele, ser honesto, não enganá-lo, ajudá-lo a tomar a melhor decisão possível. Para ele, não para você. Que o produto que você deseja vender seja um benefício real para o seu cliente, pois, se não for… não venda!

O amor é a maior ferramenta que um bom vendedor pode ter. É imbatível, não existe cliente que resista a esta poderosa energia. Reitero: com amor vence-se a rejeição, transforma-se inimigos em amigos e, mais do que isso, transforma-se amigos em irmãos. O amor quebra barreiras, suspeitas, dúvidas, e cria pontes nos corações que facilitam a entrada em suas almas. É o amor que faz superar a solidão do dia a dia.

Quando Presidente de uma grande empresa farmacêutica, resolvemos publicamente demonstrar nosso amor pelos nossos clientes. Adesivos foram produzidos e colocados nos vidros dos carros de todos os colaboradores da empresa. Diziam: Nós amamos nossos médicos. A iniciativa não pretendia nada mais do que convidar todos a vivenciarem a cultura da empresa, de excelência na prestação de serviços e de verdadeiro carinho e respeito pelos médicos.

Em cada encontro, seja com quem for, dirija-se a essa pessoa mentalmente e, em silêncio, diga: “Eu te amo”. O simples fato de dizer algo positivo vai fazer com que o seu corpo libere endorfinas. Seus olhos vão brilhar, seus lábios sorrirão e, com certeza, um bem-estar muito grande invadirá o seu corpo. E quem vai dizer “não” quando sentir toda esta energia positiva, a sinceridade e o seu interesse em realmente ajudar?

Não esqueça: ninguém consegue dar amor se não tiver amor dentro do coração. Você tem que se amar antes de dar amor. Acredito que ter amor incondicional pelo cliente é a forma mais eficaz de criar e manter excelentes relacionamentos, por uma razão muito simples: você vai se dedicar totalmente, assumir responsabilidades e se comprometer com o sucesso total desse relacionamento. Volto a usar um exemplo que é muito conhecido pela maioria das pessoas – o amor incondicional dos pais pelos filhos. A maioria dos pais sabe da importância de se ter um ótimo relacionamento com os filhos. Mas como eles fazem isso?

1º) Procuram descobrir tudo que os levem a ter um excelente relacionamento com os filhos. De posse desta informação, começam a transformá-la em ação.

2º) Procuram saber o que motiva os filhos, as coisas de que gostam e não gostam, e concentram-se nas coisas que os filhos mais apreciam.

3º) São os pais que assumem total responsabilidade pelo sucesso do relacionamento, ou seja, por terem amor incondicional, se dedicam de corpo e alma a esse relacionamento. Tratam os filhos com respeito e bondade, independentemente se merecem ou não.

4º) Não deixam que nada de negativo que os filhos digam ou façam venha a afetá-los, procurando sempre ver o lado positivo do que foi dito, ignorando o lado negativo, sempre mantendo a ternura, o amor e o carinho.

5º) Nunca esperam nada em troca e, para isso, procuram manter as suas expectativas de reconhecimento próximas de zero, pois assim nunca se decepcionarão.
Algumas vezes, o relacionamento pode se tornar difícil e desafiador. Nessas situações, os pais evitam demonstrar superioridade ou arrogância, pois sabem muito bem que isso não os aproxima dos filhos, mas afasta. Evitam dizer que sabem muito mais, que estão sempre certos, que têm mais experiência ou que querem ensinar alguma coisa. Em vez disso, procuram se colocar numa posição de igualdade, procurando entender a situação dizendo “Acho que não entendi direito”, “Vamos ver se encontramos a solução para esta situação”. Em outras palavras:  procuram demostrar interesse genuíno em resolver o problema.

O curioso e, talvez, um grande paradoxo, é que toda vez que se assume a responsabilidade pelo relacionamento, a outra pessoa, frequentemente, também acaba fazendo o mesmo. Assim, o retorno e o reconhecimento são totais. Experimente trazer isso para a sua vida e para a sua realidade profissional. Toda vez que apliquei o principio do amor incondicional com meus clientes, o relacionamento superou minhas expectativas e o sucesso foi garantido!

Assumindo riscos

Um ditado que todo vendedor deveria ter em mente é:  “Quem não arrisca não petisca”. Os mais habilidosos líderes de Vendas não têm medo de assumir riscos e novos desafios. Sabem que é fácil agir de modo seguro, mantendo-se no que já foi testado e experimentado várias vezes, mas também sabem que o ‘seguro’ é o caminho certo para a mediocridade e a monotonia.

Vendas é uma profissão dinâmica e de amplas possibilidades, que atrai pessoas de espírito aventureiro e que gostam de experimentar novas e desafiadoras maneiras. Mas convém definir melhor o que quero dizer com ‘arriscar-se’. Nenhum representante deve exagerar nos benefícios e diferenciais de seu produto, deturpando ou modificando a realidade para realizar uma venda.

O relacionamento duradouro entre o representante e o cliente nunca deve ser negligenciado com o propósito de atingir seus objetivos. Da mesma forma, as técnicas de Vendas éticas não devem ser deixadas de lado em favor de novas tendências. Este comportamento não significa assumir riscos, mas ser imprudente. O que estou sugerindo são riscos calculados, com um comportamento profissional inteligente. Despender algumas horas para descobrir novos clientes, por exemplo, pode significar uma perda temporária de tempo, mas, também, um relacionamento novo e importante para o negócio. Dificilmente alguém erra ao usar uma apresentação que tem se mostrado consistentemente bem-sucedida, embora deva ser sempre revisada, melhorada e atualizada. Durante todo o tempo, novas ideias e novos técnicas de Vendas estão sendo desenvolvidas. Dentistas utilizam ouro e prata nas obturações porque são materiais flexíveis e facilmente maleáveis. Seguindo este mesmo princípio, procure pensar de que forma o seu produto ou serviço pode ser ajustado ou customizado para os seus clientes.

Vamos ver um exemplo: suponha que o seu produto seja o clipe de papel. De quantas formas você acredita que um clipe pode ser utilizado? Obviamente, você irá dizer que o clipe é uma pequena peça de metal utilizada para juntar folhas de papel. Mas se você parar para pensar, verá que também pode ser usado em diferentes situações. Algumas pessoas o utilizam para consertar óculos, outras, para abrir fechaduras, alguns, para limpar equipamentos eletrônicos em lugares de difícil acesso, outros, como decoração, enfim, existem provavelmente mais de cem usos diferentes para o clipe de papel. Será então que não existem outros usos para o seu produto que até agora você nunca considerou? Será que o produto que você vende pode ser apresentado sob uma nova perspectiva?  A resposta está em se abrir para novas ideias e possibilidades. Afinal, só se consegue resultados diferentes quando se faz algo diferente.

O vendedor inseguro raramente persegue um panorama novo e difícil se, para isso, precisar mudar a sua rotina. Já o autoconfiante não receia dedicar-se a um novo projeto, mesmo não tendo certeza do sucesso. Ele toma a dianteira, superando uma antiga tradição de Vendas nos negócios.

As empresas assumem desafios calculáveis ao desenvolver e testar novos produtos, métodos, técnicas de Vendas e de marketing. O desafio de empresas milionárias pode representar perdas significativas. Na verdade, toda vez que uma empresa assume novos desafios, ela coloca sua saúde financeira em jogo. Este desafio, guardadas as devidas proporções, é comparável ao do próprio vendedor. Além disso, a empresa que assume desafios se arrisca investindo tempo e dinheiro em todos os representantes, dando-lhes treinamento e desenvolvimento.

Os representantes de Vendas empreendedores não têm medo de ser audaciosos. Sabem que as mudanças são inevitáveis e as adotam, em vez de evitá-las. Desde o início de suas carreiras, quebram a rotina, mudam o ritmo e trocam os métodos, assumindo novos desafios. São críticos da mesmice, estão sempre questionando e se desafiando. Com este perfil, atraem a atenção dos superiores, cumprem seus objetivos e ganham prêmios. São aqueles cuja renda lhes permite realizar seus sonhos. Demonstram coragem e tranquilidade e, mesmo quando eventualmente falham, não têm medo de tentar algo novo ou de assumir outros desafios.

Vulnerabilidade

Ser vulnerável a quem tem um temperamento explosivo ou tempestivo é uma característica relativamente comum a vários profissionais que lidam com pessoas. Os vendedores, por  interagirem diariamente com um grande número de pessoas, aprendem a lidar mais facilmente com clientes, colegas e gerentes nervosos, impacientes, intolerantes e – por que não dizer? –  irracionais. Na grande maioria das vezes, sempre existe algo por trás deste comportamento inadequado, mas é difícil saber o que é, até que seja tarde demais. É justamente em situações como essas, de alto estresse, que o vendedor precisa saber manter o controle, mas sem se tornar vulnerável. Na prática, isso não é nada fácil! Como reagir adequadamente sem se envolver numa situação que está fora do seu controle e que, frequentemente, é puramente emocional? Sair deste tipo de situação sem causar feridas no relacionamento é um grande desafio.

Lembro perfeitamente de um passageiro que, ao sair do avião, agrediu verbalmente a aeromoça pelo atraso do voo. A pobre moça começou a chorar e teve que ser acalmada por outros passageiros. Obviamente, ela tomou os insultos como pessoais, quando, na realidade, os insultos eram para o seu uniforme, ou seja, para a empresa aérea que representava. Se tivesse pensado desta forma, não sofreria nem choraria; afinal, as reclamações não foram contra o trabalho dela especificamente.

Poucas pessoas conseguem ficar tranquilas quando submetidas a situações de conflito, em especial quando essas situações causam discussões e mal-estar. Manter o controle é tarefa difícil, porém indispensável para que a relação de negócio não seja afetada de forma negativa e irreversível e, principalmente, para que as metas e resultados não sejam prejudicados a médio e longo prazo.

Uma atitude ponderada nessas situações é, antes de mais nada, buscar enxergar o ponto de vista da outra pessoa, colocando-se na posição dela. Manter as emoções sob controle e tentar compreender o posicionamento antagônico é mais do que um ótimo começo. Pergunte a si mesmo: “Será que sou realmente a causa ou o alvo daquele estresse todo? Ou será que alguma coisa deflagrou o problema?”.

Se você tiver dito algo que possa ter causado o problema, desculpar-se sinceramente e dar as devidas explicações pode ser tudo que precisa para resolver o caso. Se você identificar que alguém ou alguma coisa dentro da sua esfera de influência é a razão básica do problema, também é possível remediar a situação.

Mas, suponha que a raiva que lhe foi direcionada seja injusta. De toda forma, permaneça altivo, mas faça isso de maneira calma e sensata. Não diga nada que possa se arrepender mais tarde. Nem sequer levante a voz. Se tiver dificuldade em se controlar, simplesmente saia da sala. Lide com a situação quando a raiva estiver menor e, então, os envolvidos poderão conversar de forma calma e sensata. Respire profunda e lentamente várias vezes. Acredite: isso ajuda muito!

Importante ressaltar que uma discussão com o cliente nem sempre é o fim de um relacionamento, embora possa significar o início de problemas sérios para o profissional de Vendas. Ele não deve carregar o resíduo de raiva para a próxima visita. Deve se recompor e superar o problema. Seu foco precisa  estar na próxima visita e na próxima oportunidade.

Uma maneira de ver a discussão de uma forma neutra é você se imaginar como o juiz da discussão, como se fosse uma terceira pessoa avaliando o ocorrido. Assim, você vai avaliar a situação de uma forma neutra e julgar imparcialmente. Na maioria das vezes, você vai chegar à conclusão de que poderia ter feito algo para evitar este tipo de situação. A seguir, listo algumas válvulas de segurança para evitar que uma situação de alto estresse seja deflagrada:

  • Conheça o cliente: identifique sua personalidade, hábitos e gostos.
  • Seja pontual: o atraso é uma fonte universal de irritação.
  • Comunique-se com clareza para evitar equívocos.
  • Não exiba hábitos incômodos, como telefone celular, cigarro, mascar chiclete, carregar refrigerante ou qualquer outra coisa que possa causar problema.
  • Tente relaxar. Isso vai fazer com que o cliente também relaxe. A tensão e o estresse fazem parte do trabalho de ambos, mas podem ser controlados.
  • Lembre-se que você não está certo o tempo todo, assim como o seu cliente.
  • Evite distrações emocionais estabelecendo sempre uma meta clara e objetiva para cada visita.
  • Como nem tudo acontece do jeito que planejamos, às vezes o temperamento pode se inflamar. Nessa hora, fique calmo e lembre-se de ir em frente com confiança, perdoando a si mesmo e também aos outros. Errar é humano.
  • Muito importante: não guarde ressentimentos!

Você!

Sabe qual é o maior concorrente que sempre terá de enfrentar? Você mesmo! Esta é uma verdade simples, amplamente comprovada por vários trabalhos acadêmicos e experiências práticas. Porém, muitas pessoas levam anos para reconhecer isso e algumas nunca aprendem. O mesmo se aplica aos esportes e, talvez, o golfe seja o jogo que melhor prove isso. Cada jogador tem um handcap que está relacionado à sua habilidade de jogar. Quanto mais baixo for o seu handcap, melhor jogador você será. Isso significa que você consegue embocar a bola de golfe com menos tacadas. O interessante é que, no golfe, você pode jogar com o melhor jogador do mundo, como o americano Tiger Woods, e, mesmo assim, ganhar – ao contrário do tênis, por exemplo.  Seria impossível você ganhar do espanhol Rafael Nadal ou do suíço Roger Federer sem muito, mas muito treino e habilidade. No golfe, seu resultado dependerá somente de você, esteja jogando com quem for. E você tem que buscar se superar a cada dia, se quiser seguir vencendo!

Já falamos sobre a relação com os concorrentes. Também sabemos que, em algumas ocasiões, eles são agressivos e nem sempre “jogam limpo”. Mas, antes de se preocupar com isso, por que não trabalhar primeiro consigo mesmo? Dizer que os concorrentes são responsáveis pelo seu sucesso ou fracasso é realmente atribuir-lhes poder demasiado. Se você for um profissional seguro, atencioso, um especialista em técnicas de Vendas e bom conhecedor do produto, não tem porque temer seus rivais. Seu profissionalismo será obvio e transparente para todos os clientes que visitar – e eles o reconhecerão como um valioso parceiro.

A concorrência sempre existirá em praticamente qualquer atividade. Portanto, pense positivamente. Quanto mais concorrentes você tiver, maiores serão as chances de conseguir mais negócios. Não há nada de injusto em tomar um negócio de um concorrente, desde que isso seja feito honestamente. Afinal, eles não existem só para dificultar a sua vida. Esteja certo de que seus concorrentes não hesitarão em fazer o mesmo com você – é parte do jogo!

Conhecer a concorrência ajuda a determinar os pontos fortes e também as possíveis fraquezas de seu próprio produto. Isso permite definir uma estratégia eficaz para a sua própria apresentação. Conhecer bem o concorrente é importante, pois ajuda a prever as perguntas e as objeções feitas pelos clientes. Se durante uma apresentação de Vendas você tiver que mencionar o seu concorrente, tome cuidado. Primeiro, porque você não quer que o cliente se lembre do concorrente, e, depois, porque ele pode até achar que você não está sendo ético.

Nunca me esqueço de um anúncio publicitário da Volkswagen, que trazia um fusquinha em uma estrada de terra levantando muita poeira. A chamada do anúncio era:  “Desculpe a poeira!  Como o fusquinha era líder de mercado, todo mundo batia firme e falava mal do líder, porque “estavam comendo poeira”. Achei extremamente criativa e oportuna essa propaganda.

Eu insisto: falar mal do concorrente poder criar problemas e destruir um relacionamento que levou muito tempo para ser construído. O tempo que você gastaria para criticar o seu concorrente, use-o na promoção do seu produto ou serviço. Sempre enfatize os benefícios e as qualidades, reforce a reputação de sua empresa e o seu compromisso com a qualidade e a prestação de serviços. Quando preparar a apresentação, destaque sempre as qualidades do seu produto e não mencione os concorrentes. Seus clientes terão a impressão correta de que você é ético, meticuloso e bem-preparado.

Faça tudo isso e, em breve, será a concorrência que estará se preocupando com você!